Bergen (Noruega & Suécia 2015, Parte I)
Olá pessoal! Aqui é a Rita e o André. Eis a Parte I de uma (grande) aventura que protagonizámos há não muito tempo. 2015 foi o ano de eleição para a nossa primeira viagem juntos para fora do país. Há que séculos sonhávamos acordados com a ideia de passar uma temporada na Escandinávia, e foi precisa uma grande dose de auto-controlo da parte de ambos para não reservarmos 3 meses de visitas a todos os países nórdicos de uma ponta a outra. Passaram-se meses de planos furados e indecisões e finalmente concordámos que o ideal (e mais razoável...) seriam duas semanas passadas entre a Noruega e a Suécia. Chegámos à conclusão que a melhor maneira de planear umas férias deste género é definir, em primeiro lugar, os objectivos da viagem. Tudo o resto é bónus! Sabíamos que queríamos passar por Odda para podermos fazer a caminhada até ao Trolltunga, apanhar o comboio de Bergen para Oslo e terminar a aventura com uns dias em Estocolmo. E assim definimos o itinerário, passo a passo, de maneira a conseguirmos riscar todos os objectivos da nossa lista. Assim que ficou tudo reservado e planeado, ficámos entregues à tarefa de esperar (im)pacientemente pelo dia da partida.
Depois de dois vôos com escala em Londres aterrámos em Bergen, onde ficámos duas noites. A nossa primeira impressão da Noruega valeu-nos uma imagem inesquecível. Nada se compara à vista da janela do avião momentos antes de aterrar no meio das fjords. As montanhas, o mar, a neve, e tanto mas tanto verde. É um dos sítios mais deslumbrantes que já tivemos a oportunidade de conhecer. Aterrámos no aeroporto de Bergen no início da noite, por volta das 20:30, e não perdemos nem um minuto assim que os nossos pés pisaram terreno firme. Apanhámos o autocarro para a cidade e em meia hora estávamos bem no centro, junto ao mercado do peixe nas docas. Demos um pulo até ao hotel para descarregar a bagagem e voltámos para a rua para dar início às explorações.
Por esta altura, já eram dez da noite e o sol brilhava intensamente. O sol põe-se às 23h e nasce às 4h durante o Verão na zona central da Noruega, e portanto, não chega a escurecer durante toda a época. A primeira coisa que fizemos foi ir direitinhos à zona de Bryggen, onde percorremos as ruas apertadas por entre as casas Hanseáticas de madeira. As mais antigas datam do século XII, mas devido aos incêndios que têm afectado a zona desde então, muitas das estruturas são relativamente recentes. Cerca de 1/4 de Bryggen data ainda do século XVIII. Bryggen é a principal atração turística da cidade e, como tal, alberga restaurantes, museus, lojas, galerias e bares. As casas estão perfeitamente mantidas, pintadas em cores alegres e com flores a adornar as varandas. É um sítio fantástico onde nos sentimos como se tivéssemos sido transportados para a realidade paralela de um período longínquo na História.
Depois de percorrer as ruas de Bryggen, passeámos pelo famoso mercado do peixe, sentámo-nos nas docas e apreciámos o pôr-do-sol tardio. Ter a oportunidade de viajar para sítios como este e testemunhar tamanha beleza num momento tão trivial é das experiências mais enriquecedoras a que já nos entregámos. Estávamos tão exaustos dos vôos mas completamente extasiados com a ideia de que o pôr-do-sol acontecia àquela hora da noite. 34519855 fotografias depois, finalmente acabámos por ir para o hotel e deixámo-nos dormir enquanto víamos as nuvens cor-de-rosa a flutuar pelo céu luminoso.
Na primeira manhã, acordámos bem cedo e tomámos o pequeno-almoço no hotel. Sempre que o pequeno-almoço estava incluído, decidíamos aproveitar. Para meros portugueses num país como a Noruega, a alternativa seria dar o pé esquerdo, três dentes e um olho em troca de um sumo de laranja e uma torrada. Caminhámos pela cidade e ficámos a conhecer mais das suas ruas e cantinhos. Depois de uns minutos a debater a razoabilidade do preço de uma viagem ida e volta no popular Fløibanen, acabámos por abrir as carteiras e lá apanhámos o funicular. Em 6 minutos estávamos no topo do Monte Fløyen, onde a vista sobre a cidade é de deixar os queixos caídos (benditos 18€!). Lá em cima explorámos os bosques e comemos um snack junto ao lago Skomakerdiket.
Depois da visita ao Monte Fløyen, voltámos para o centro de Bergen e dirigimo-nos a um restaurante vegetariano que já constava dos planos desde o momento em que começámos a planear a viagem: o Pygmalion. Divididimos uns wraps e batatas rústicas assadas. Tudo isto foi num Sábado e, portanto, estava a decorrer o Farmer's Market de Bergen, no qual comemos as panquecas mais perfeitas do mundo. Deambulámos novamente até à zona de Bryggen para podermos visitar todas as lojas e galerias pelas quais tínhamos passado na noite anterior (e namorar com todas as coisas boas do design escandinavo na loja Røst!). A deambulação continuou a tarde inteira e demos connosco na zona cool da cidade, onde moram todas os cafés da moda, as lojas de antiguidades e barbeiros hipster.
Nessa noite jantámos num restaurante italiano super simpático, o Da Stefano. De barrigas cheias, voltámos para as docas e ficámos mais uma vez boquiabertos (como comprova a foto em baixo) com a maravilha do pôr-do-sol. Por muito cansados que estivéssemos por ter passado o dia inteiro a correr a cidade de uma ponta à outra, a ideia de ir para dentro de um quarto de hotel parecia absolutamente ridícula. Aguentámos as dores nos pés e nas costas um pouco mais e pudemos presenciar a energia da vida noturna de Bergen.
Acordámos cedo na manhã seguinte e fomos até à estação rodoviária de malas nas mãos e mochilas às costas. Apanhámos o primeiro autocarro para Odda, onde passámos 3 noites e cumprimos uns objectivos bem espectaculares. Acompanhem o resto da nossa aventura escandinava no post Odda (Noruega & Suécia 2015 - Parte II).